Almandrade on Sun, 30 Jun 2002 16:46:01 +0200 (CEST) |
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AlmandradePENSAMENTOS
Museu Nacional de Belas Artes Galeria M�rio Pedrosa / Espa�o FAPERJ Av. Rio Branco, 199 – centro Rio de Janeiro – Rj. 4 de julho a 4 de agosto de 2002 Hor�rio 12:00 horas
(inaugura��o) Av: Rio Branco, 199 - Centro - Rio de Janeiro 20040-008
pintura acr�lico sobre tela -
2001
PENSANDO
A ARTE A
PARTIR DA MINHA EXPERI�NCIA O homem se protege na linguagem, mas
na arte a linguagem � o caminho que leva ao desconhecido, onde o artista pensa
imagens para habitar a intimidade do mundo. Contemplar uma obra de arte �
compartilhar de um conhecimento, � apropriar-se de um conjunto de id�ias que
pertence a um c�digo secreto, desvelado pelo pensamento do olhar. Para responder
�s suas provoca��es, estamos sempre imaginando realidades e refer�ncias, que n�o
constituem leituras definitivas. Cada espectador faz a leitura que lhes conv�m,
conforme suas experi�ncias, seu repert�rio e seus interesses culturais,
resultando em defini��es que se aproximam mais ou menos da natureza da
obra. Uma obra de arte nunca est�
definitivamente conclu�da, est� sempre reivindicando novas leituras, em
decorr�ncia das transforma��es do pensamento. Conceitos v�o sendo acrescentados
ao longo do tempo, como se o ato de olhar projetasse no objeto de arte novos
saberes e novas d�vidas.
Desenho Preencher
a superf�cie do papel at� tangenciar a profundidade da desordem, inscrever e
re-significar o vazio. Diagramar o espa�o e perseguir um sentido � dist�ncia. A
hist�ria do desenho e a emo��o. Tratado de semi�tica que gira em torno de si
mesmo, objetivando um estado de tens�o. O olho r�, religiosamente, da sensualidade
matem�tica. Escrituras do sil�ncio, n�o falam, mostram, n�o, nada. Espelhos
paralelos a repetir imagens diferentes. Enigmas al�m da perspectiva. Mapas de
regi�es geograficamente insitu�veis. Miragem, abismo, abstra��o da
aus�ncia.
escultura em madeira policromada - 1993
Escultura, objeto e instala��o As imagens da leveza e do equil�brio se inventam,
dialeticamente, no processo do fazer e no desafio da m�o e da mente em lidar com
a mat�ria, o espa�o e os conceitos. A sensa��o de leveza revela o esfor�o de
construir com a met�fora do v�o a poesia do imprevis�vel, a passagem da desordem
para a ordem, relacionando o racioc�nio e o l�dico. Discretas
e contradit�rias, as partes se interagem num repouso moment�neo (e
duradouro). A mat�ria revestida pela cor resulta em outra realidade, marcada
pela tens�o, pelo equil�brio, pelo r�tmo e pela sugest�o de
espa�o.
pintura / acrilico sobre tela - 2000
Pintura A pintura passou a ser uma forma de restaura��o da tela. Atr�s da superf�cie branca, onde a m�o e o racioc�nio v�o agir, habitam muitas sombras, formando uma paisagem obscura, que escondem alguns conflitos da visualidade. A tela � como um velho quadro negro, que n�o � mais negro, � cinza. O giz e o atrito do apagador deixaram nele cicatrizes de in�meras escrituras. Assim � a tela, um territ�rio com rastros de muitas inscri��es. Pintar � enfrentar os fantasmas da pintura, � escavar a densidade de uma superf�cie que se apresenta branca, na procura de refer�ncias para construir um lugar, mesmo que seja um lugar inacabado, para estimular as reflex�es do olhar. A pintura renasce de si, deixando aparecer seus sonhos e rugas, revelando d�vidas e imperfei��es, dando forma ao invis�vel. A cor e o tra�o vibram e se interrogam como atributos de um suporte que abriga a encena��o de uma pintura. Almandrade(artista pl�stico, poeta e
arquiteto)
ALMANDRADE
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